Uma carta aberta
- fermanabe

- 29 de dez. de 2024
- 4 min de leitura
Queridos amigos leitores,
Como têm passado esses dias?

Faz muito tempo que eu não dava as caras por aqui... muitos momentos "Torre" e responsabilidades para assumir. Ainda bem! Mas, também um pouco de negligência para me dedicar ao blog.
Foi desafiador a ponto de desconstruir, reavaliar e reafirmar muitos valores internos. Uma morte profunda, uma despedida sem perceber no início, mas um luto sem grandes sofrimentos da versão antiga. Foi diferente dessa vez; não foi tão sutil como nas outras, foi mais "terreno". Sabe hábitos bons que me conectavam e fluíam tão facilmente comigo mesma, com meus mentores por meio da meditação? Tudo mudou!
Eu já não sabia direito quem eu era, muito do que eu era acostumada a fazer não funcionava mais.
Talvez, era uma camada/máscara minha caindo para se revelar essa outra versão de quem sou.
Encontrei esses tempos uma escrita de junho de 2021, questionamentos que me fiz novamente. Alguns entendimentos que foram sentidos na pele e confirmadas, outras apenas lapidadas... um olhar diferente e novo, com uma compreensão maior.
Quando eu não penso na minha essência introvertida, mas em tudo que eu faço me contradizendo... se eu fosse realmente sincera ao dizer mais "sim" para mim mesma... entraria no egoísmo profundo? Isso é ser mais individualista? Até que ponto seria um isolamento saudável (modo Eremita) ou um comodismo de me afastar de tudo que me incomoda e perder várias oportunidades boas?
Como e quem eu sou como filha - neta - sobrinha - prima - parceira - amiga - profissional?
A cada papel que exercemos na sociedade, eu tenho muitos pontos a melhorar. E, mesmo assim, eu era aceita por todos eles. Quem não se sentia digna de ser amada e pertencente dos grupos era eu. Não me encaixava, sempre tinha alguma autocrítica ou ação incoerente. Insatisfeita com o que eu achava que proporcionava para eles. "Sou uma grande decepção, melhor não perderem tempo comigo". Claro, por muitos, posso despertar lados negativos e assim como alguns fazem isso comigo; são os indícios de que há algo para ser trabalhado. Às vezes, por baixa estima e inseguranças não resolvidas, a gente afasta pessoas boas e se limita a estar vivenciado o melhor da vida também.
Todos somos merecedores, só precisamos perceber/sentir isso genuinamente!
Traduzindo o trecho a partir dos 01:43 (um minuto e quarenta e três segundos)
Antes, um contexto para quem não assistiu ainda ao filme: Joe Gardner (JG) é um professor de música que sempre sonhou em tocar para uma banda de Jazz, idealizava momentos em shows, não aproveitava muito sua rotina na escola com os alunos e vivia mais na ilusão do que no presente. Até que um dia ele foi contratado para tocar na banda da vocalista Dorothea Williams (DW). E, após sua estreia, eles se encontram na saída e é essa cena que passam uma mensagem tão profunda que vou traduzir. Ah! Nos segundos iniciais, JG diz "Prepare-se, Joe Gardner! Sua vida está para começar."
DW: Você toca 100 shows e um deles é de matar. Você não entrega muitos como esta noite.
JG: Sim, sim! Então... o que acontece depois?
DW: Nós voltamos amanhã à noite e fazemos tudo isso de novo. -- O que há de errado, prof?
JG: É só que eu vim esperando por este dia pela minha vida inteira... pensei que fosse me sentir diferente!
DW: Eu escutei essa história sobre um peixe.
Ele nada até o peixe mais velho e diz: "eu estou tentando achar essa coisa que eles chamam de 'O oceano'."
"O oceano? - diz o peixe mais velho - "é isso que você está agora"
"Isso?" - diz o peixe mais novo - "isso é água. O que eu quero é o oceano!"
Vejo você amanhã.
Isso me fez refletir quantas vezes reclamamos ou aclamamos por algo que já estamos vivendo? Ou quantas vezes queremos tanto algo e esquecemos de aproveitar o que já temos? Sendo que podemos estar já vivendo aquilo que é melhor para nós no momento??
Será que estou sendo megalomaníaca? Ou em busca de um propósito "irreal" apenas para fugir da realidade? Sendo que essa realidade é maravilhosa e pode ser mais bem aproveitada enquanto estou nela?
"Acertar de primeira às vezes leva a vida inteira" 01/35 - André Oviedo
Querer um padrão de vida tal. Uma profissão X. Uma casa Y. Um relacionamento Z.
Sim, é importante ter sonhos e visualizações. Sim, é preciso planejamento e execução dos seus planos. Sim, você pode manifestar tudo isso e muito mais! E, enquanto estamos nesses desenfreados sucessos... você se sente satisfeito e feliz (mesmo que cansado ou com qualquer outro sintoma negativo de estresse em um momento ou outro)? Porque senão, está se lembrando de fazer as pausas necessárias e de perceber que o que está vivendo hoje, um outro tempo foi apenas um sonho? Está curtindo o momento presente e a jornada dessas metas?
Então, enquanto fui revendo meus valores internos e tudo que ainda estava dentro e fora de mim, o que mais ressoava em mim era apenas gratidão. E por mais que muita coisa havia mudado de rota ou parecia ter perdido sentido, como por exemplos, crenças de questões financeiras para alinhar futuramente e de tempo que carregava mágoas ou arrependimentos do que fiz/deixei de fazer nos tempos passados... o insight de tirar toda e qualquer intensidade sobre mim foi realizar:
É IMPORTANTE, MAS NÃO É O ESSENCIAL
E, assim, você sabe o que contemplar... o que ajustar e manter ainda na sua vida... o que se desapegar e deixar ir... o que sua essência, sua chama interna, quer direcionar e deixar aflorar em você. Confia.
Respira, hidrate-se, cuida da sua saúde, dê apoio àqueles que dependem (realmente) de você, encontre uma forma de demonstrar carinho/afeto para aqueles que você goste e dos que sente saudades, receba os presentes do universo para você e liberte-se das expectativas e comparações que você se impõe todos os dias!
Um ótimo dia de celebração para se renovar e amar!
Desejo muita Luz e Amor para todos.
-fermanabe
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