“Tenha fé”
- fermanabe
- 7 de jun. de 2023
- 4 min de leitura
Me disseram isso nos momentos em que eu me desesperava ou me sentia perdida ou ficava procurando justificativas para tudo.
Sempre que me falavam essa frase e eu respondia: "ok, entendi...obrigada"
fazia sentido; minha mente até que entendia...mas, no fundo, não era algo realmente incorporado em mim. Nunca fui de ter uma religião ou apego às crenças religiosas. Então, achava difícil deixar que o invisível cuidasse das minhas questões que eu não sabia controlar. Ou duvidava que eu mesma saberia fazer as escolhas certas para deixar as coisas fluírem como tinham de ser. Ou, inconscientemente, “como posso expor esse lado da Fernanda aí?”
E quem disse que é sobre religião, não é mesmo?
É muito mais sobre SENTIR e CONFIAR.
Duas coisas essenciais que fazia muito tempo que eu não sabia mais a sensação de estar conectada a elas.
Sim, eu sabia fazer a conexão. Nesses últimos meses, mais para os outros...tanto que eram os pequenos momentos em que eu me sentia realizada, fluindo e entregando o meu melhor no serviço. Mas, quando um atendimento se encerrava, o brilho se apagava junto. E aí, eu me questionava o quanto era hipócrita ou por que não conseguia sair desse ciclo vicioso do piloto automático sendo que eu tinha tantas ferramentas e conhecimento para quebrar tudo isso!
Prática. Entrega. Dizer “não” para o orgulho, para a raiva, para a teimosia. Consistência. Fé.
Me aprofundei demais nas minhas sombras e dei poder aos meus medos...para sair desse mundo de ilusões e chegar em um primeiro ato de coragem, eu lutei contra. Isso mesmo, preferi alimentar minhas feridas. Não recorri a ajudas (apesar de muitos estenderem a mão para mim), fui egoísta, não soube lidar com o mundo e o barulho dos outros; só quis me esconder...voltar para o casulo.
Assim que encarei e reconheci algumas de minhas falhas, decidi quais eu sei que consigo me despedir e deixar ir...me abri para receber e aceitar ajuda...fui reconectando mais vezes comigo mesma e ao que me faz bem...continuei com o que fazia sentido, busquei alguma direção e PAM! – o novo, o desconhecido.
Não sei o que tem nesse caminho ou o que preciso para me organizar mais. Mas, finalmente, senti paz no coração para tomar essa direção que não está trilhada por mim ainda. É a ficha caindo da tal frase “tenha fé” de que eu posso seguir segura e tenho o que é necessário para ir.
Enquanto escrevia esse texto, me lembrei de que meu primeiro post aqui era exatamente sobre isso. Então, quer dizer que fracassei? Estagnei? "Involuí"? Voltei à estaca zero?
Sim. E não (?)
Houve erros e más escolhas de atitude e pensamento. Não tive a iniciativa em fazer diferente para questões que eu já sabia que precisavam de melhorias.
(por favor, considerem o contexto da realidade interna. Não as atitudes mais graves que ferem diretamente os direitos e a integridade de terceiros.)
Onde dói quando se percebe que fracassamos ou paramos ou demos passos para trás? Qual o problema em voltar à estaca zero?
Bom, é você abrir mão da sua felicidade genuína. Do seu poder pessoal. E da sua liberdade. Todas essas renúncias têm suas consequências, assim como conquistar e viver com elas coerentes no seu dia a dia. E o preço que se paga é continuar repetindo padrões/comportamentos limitantes, que ainda preenchem uma parte sua com ganhos secundários.
A boa parte é que você sempre vai ter a chance de perceber que está vivendo dessa forma. E, quando isso te incomodar a ponto de querer mudar, as oportunidades também aparecem. Não é voltar ao zero como se tudo que você construiu, conquistou e viveu tivessem sido em vão. Mas, de crer nos recomeços. De se reinventar. De acolher o aprendizado do que você não quer mais repetir. De se dar uma chance para encontrar soluções. De expandir.
Quando eu atendia presencialmente, gostava de olhar para uma frase que ouvi da Melissa Tobias:
“O QUE FAZER QUANDO A VERDADE VIR À TONA?”
- ter compaixão, amorosidade e bondade.
- estar alinhada ao meu Eu Superior e servindo ao Bem Maior.
- ser grata e humilde com tudo e todos.
Começando pelo perdão a mim mesma. E reconhecendo a existência do outro, um ser humano assim como eu.
Não desista da Vida mesmo nas suas fases de desilusão e desinteresse (às vezes, até desgosto), esse é o maior convite entregue para você reavaliar tudo. Tomar novas direções e relembrar de que a vida não é uma constante. Abraçar mais ainda os momentos quando acessa aquela sensação do que é viver conectada à sua Essência e te fazer curtir melhor a jornada com criatividade, amorosidade e gratidão.
Eu sei que pode ser que não sentimos isso de imediato.
Mas vale a pena compartilhar esses sopros de lembretes simples e importante em nossas vidas.
Escreva, corra, faça voluntariado, converse, desabafe (com alguém que não vá usar isso contra você, com um desconhecido, com um profissional da saúde, com um familiar, com um amigo, com um conhecido, com um bicho, com a natureza, com Deus...) - as possibilidades são infinitas.
Respire e
sinta esse calorzinho te envolvendo nesse momento.
Abraço de luz e amor.
-fermanabe
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